Seja de leite, negro ou branco, em barra ou em pó, como ingrediente ou snack, o chocolate é um dos alimentos favoritos um pouco por todo o mundo. No entanto, estando associado à gulosice e doçaria, os seus benefícios para a saúde são facilmente esquecidos. Neste artigo aprenda mais sobre a origem, tipos de chocolate e as respectivas propriedades que poderão fazer a diferença na sua dieta com os devidos cuidados.
Origem
O chocolate é produzido a partir da semente do cacau e as diferenças entre os vários tipos de chocolate derivam das concentrações de cacau assim como do desenvolvimento da indústria e técnicas culinárias que também contribuíram para esta diversidade, encontrando várias opções como chocolate preto, de leite, branco, com frutos oleaginosos com recheio, com fruta, caramelo, bolacha, gomas, entre outros.
Sendo a manteiga de cacau o seu principal ingrediente, torna-se expectável que o chocolate tenha uma quantidade elevada de calorias e gordura (principalmente saturada), sendo na maioria dos casos o açúcar um dos seus primeiros ingredientes. Porém, o chocolate também apresenta polifenóis que podem ter efeitos benéficos na sua saúde.
Composição
Podemos encontrar essencialmente três tipos de chocolate diferentes: o chocolate de leite, o chocolate preto e o chocolate branco. O chocolate de leite tem uma percentagem menor de cacau em relação ao chocolate preto, enquanto que o chocolate branco não tem cacau de todo.
Os benefícios que se associam ao consumo de chocolate devem-se, habitualmente, a uma maior percentagem de cacau pelo que o chocolate preto é considerado o mais favorável para a sua saúde.
Apesar dos chocolates apresentarem valores médios de energia (quilocalorias) semelhantes, podemos observar diferenças importantes em função da lista de ingredientes e no valor nutricional dos mesmos.
Embora chocolates com maior percentagem de cacau apresentem menores teores de açúcar, não quer dizer que sejam menos calóricos uma vez que uma maior percentagem de cacau significa uma maior quantidade de gordura associada, sem contar com os óleos que podem ser adicionados. Como tal, apesar de muitas vezes se acreditar que um chocolate de maior percentagem de cacau é uma melhor escolha numa perspetiva de emagrecimento e controlo de peso, pode não ser esse o caso.
Para quê?
O chocolate está associado a uma acção estimulante pelo seu teor em teobromina, uma sustância da família da cafeína, que exerce um efeito ligeiramente estimulante no organismo.
Pelo seu conteúdo em flavonoides (400-800 mg por 40 g de chocolate preto), os grãos de cacau têm uma actividade antioxidante que é particularmente interessante para a saúde cardiovascular, pelo seu efeito inibitório na acção dos radicais livres.
O chocolate possui ainda triptofano, um aminoácido necessário para a produção de serotonina que é conhecida como o neurotransmissor da felicidade, muito importante na regulação do humor e bem-estar.
Apesar dos seus benefícios, o chocolate deve ser incluído na alimentação diária com moderação dado o seu conteúdo em calorias, gordura e açúcar.
Uma vez que os diferentes chocolates apresentam características diferentes, torna-se difícil definir uma quantidade diária recomendada de chocolate. É comum a recomendação de 10 a 25g por dia (1 a 2 quadrados de uma tablete, uma barrita ou um bombom), porém cada indivíduo tem características diferentes (tendo em conta o género, idade, nível de actividade física e outros factores), pelo que deve procurar aconselhamento por um profissional para perceber as quantidades indicadas para si.
Dicas da Nutricionista
- Escolha um chocolate que lhe dê prazer comer e saboreie nas quantidades mais indicadas para si. É preferível comer um pedaço de chocolate por dia do que andar a pensar em doces todo o dia, com atenção às quantidades escolhidas.
- Na hora de escolher, fique atento à lista dos ingredientes. Tenha em conta que, quanto maior o número de ingredientes, mais processado é o produto. Estes surgem por ordem de quantidade, do maior para o menor, por isso opte por um chocolate:
- com teor em cacau superior a 70%;
- que não tenha açúcar (ou derivados como glicose, xarope, frutose, maltodextrina, mel, melaço. etc.) nos primeiros 3 ingredientes;
- idealmente sem gorduras (parcialmente) hidrogenadas.
- Uma forma de manter o sabor do chocolate e, ao mesmo tempo, evitar o consumo de açúcar e gordura passa por optar por cacau magro em pó ou cacau em pepitas. Existem algumas opções com stevia como adoçante em substituição do açúcar.
- O consumo de chocolate deve estar integrado num estilo de vida activo e saudável, que inclui uma alimentação completa, variada e equilibrada.
- É necessário algum cuidado na presença de excesso de peso e obesidade, diabetes, problemas dentários e alterações gastrointestinais (azia, refluxo, síndrome do intestino irritável ou diarreia).
Para colocar em prática os conhecimentos que adquiriu neste artigo, deixamos uma sugestão rápida e prática de um bolo de chocolate de caneca.
Ingredientes
– 1 quadrado de chocolate (escolhido de acordo com as dicas fornecidas)
– 3 c. sopa de bebida vegetal (amêndoa, coco, aveia,…)
– 3 c. sopa de farinha de aveia
– 2 c. sopa de cacau em pó
– 1 c. sopa de açúcar de coco ou outro adoçante
– 1 c. sopa de óleo de coco
– ¼ c. sobremesa de fermento para bolos
Modo de Preparação
– Coloque na caneca a farinha de aveia, o cacau em pó e o açúcar e coco.
– Acrescente o óleo de coco, a bebida vegetal e o fermento
– Misture bem todos os ingredientes e mexa bem até obter uma massa sem grumos
– Coloque o quadrado de chocolate no meio do preparado na caneca.
– Leve a caneca ao microondas e aqueça por 2min, na potência máxima.
Na Clínica da Farma&cia dispomos de um serviço de Nutrição completo e totalmente personalizado às suas necessidades, com um acompanhamento constante e cuidado.
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Fontes
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